quarta-feira, 28 de maio de 2008

Bons Exemplos


Eva Gaspar
egaspar@mediafin.pt

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) apelou hoje aos executivos das empresas europeias para que evitem "dar maus exemplos", decidindo para si aumentos salariais superiores aos acordados para os demais trabalhadores das respectivas empresas.


"É legítimo questionar os aumentos de determinados salários que são, já de si, muito expressivos". A moderação salarial "é válida para todos, sem excepção", sublinhou em entrevista hoje publicada pela revista francesa "L’Express".


O apelo de Jean-Claude Trichet, enquadrado na batalha que o BCE está a travar contra a inflação, surge na sequência dos protestos dos ministros das Finanças da Zona Euro e de alguns banqueiros centrais, caso do holandês e do britânico, que acusam os executivos de estarem a reservar para si aumentos salariais e prémios desproporcionados, quando a generalidade das empresas cotadas perdeu valor de mercado e está a por travões à massa salarial.


Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo chegou mesmo a classificar de "escandalosos" os aumentos salariais atribuídos a diversos administradores de empresas, tendo prometido estudar formas de os evitar, designadamente por via de um aumento da carga fiscal sobre os prémios.
O BCE tem feito saber que a evolução salarial na "casa" tem sido consistente com os apelos de moderação da autoridade monetária. O salário-base do seu presidente aumentou 2% no ano passado, menos do que a taxa média de inflação, passando de 338.472 euros anuais para 345.252 euros.
Ainda assim, Trichet ganha consideravelmente mais do que o seu homólogo dos Estados Unidos – país onde é especialmente expressivo o "fosso" entre os salários dos executivos e dos demais trabalhadores.

Ben Bernanke, presidente da Fed, aufere 191.300 dólares/ano (cerca de 130 mil euros), segundo a ForexNews.


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