domingo, 23 de março de 2008

A Tristeza é Marxista

O meu artigo publicado na Dia D da passada Sexta-feira.

Johan Norberg é um liberal sueco (!), que proferiu no dia 11 de Outubro de 2005, no Centre for Independent Studies em Sydney, uma palestra sobre a importância do capitalismo na conquista do bem estar e na crença no futuro. Segundo Norberg, os filósofos Iluministas dos séculos XVII e XVIII, demonstraram que o mundo podia ser compreendido de forma racional e que, através do uso da liberdade, melhorado. Daqui em diante, fruto da cooperação entre os homens e das trocas comerciais, o progresso foi alucinante. O nível de vida melhorou e continua a melhorar todos os dias e em todos os pontos da Terra. No entanto...No entanto, há quem diga que o passado era melhor que o presente. E mais ainda quem tema o futuro.Como Norberg bem explica, a desconfiança perante o sucesso da humanidade tem raízes profundamente marxistas. A noção que alguém tem de pagar para que outros vençam, prosperem e que o enriquecimento de uns é sempre proporcional ao empobrecimento de outros. A teoria da soma zero. Estes preconceitos ideológicos, que a história demonstrou estarem totalmente errados, ainda se mantém. Os socialistas de hoje já não têm coragem de falar em luta de classes, mas transferiram o seu discurso para o que qualificam de problemas ambientais. A nova tese é que o aumento do consumo e da produção conduz à poluição e escassez dos recursos naturais. Esquecem que o progresso leva ao desenvolvimento de novas tecnologias mais limpas e menos poluentes. Da mesma forma que sucedeu no passado, não vêem o lado bom do bem estar, desconfiam do homem e das suas virtudes.Outro novo argumento socialista, que Norberg salienta, é que crescimento económico não produz felicidade porque estamos sempre preocupados com a nossa posição relativamente aos demais. Por cada trabalhador aumentado, haverá um número abissal de outros, tristes por não o serem. É novamente o conceito da soma zero e um novo fôlego intelectual para que todos sejam tratados de forma igual, mesmo que uns sejam mais empenhados que outros.Mas será esta visão marxista verdadeira? Não. A história da humanidade mostra-nos o contrário. Que em todos os continentes se vive melhor que no passado. Que uns seres humanos beneficiaram mais que outros com o desenvolvimento, mas ninguém ficou para trás. Esta minha última frase é capaz de levantar o sobrolho do leitor, mas a desconfiança que sente resulta da propensão para reter o que corre mal. Ninguém recorda os sucessos porque são as dificuldades que não nos saem da cabeça. Se na Europa se perdem 100 postos de trabalho, ninguém se dá ao cuidado de ver os 1000 empregos criados na China. Somos demasiado parciais e nessa parcialidade queremos fazer julgamentos universais. A nossa análise subjectiva diz-nos que o mundo está pior, quando ele melhora todos os dias.Para um socialista impregnado que está do vício mental marxista, apenas a regulamentação da nossa vida impede que nos estraguem a felicidade. Acontece que, ser marxista hoje é o equivalente a no passado acreditar em bruxarias. Sem liberdade empreendedora, desregulamentação social, não há desenvolvimento, não surgem oportunidades, nem desafios para serem vencidos. A vida estagna e entristece. Ao contrário, numa sociedade liberal, verdadeiramente livre, sem barreiras à criatividade humana, existe mais variedade profissional, mais escolhas e maior troca de interesses e conhecimentos. Há sempre uma janela aberta que não tínhamos visto. O conhecimento é, aliás, uma arma fundamental para combater o novo ópio do povo que é o pessimismo marxista. É o conhecimento que nos leva a ver as coisas em perspectiva, no seu conjunto e de forma isenta. Ultrapassar de vez o colossal erro marxista, que nos empobrece económica e culturalmente, é dos maiores desafios que se nos apresentam hoje.

Publicado por André Abrantes Amaral em fevereiro 21, 2007 01:04 PM

TrackBackComentários:

O conhecimento é a luz que nos ajuda a combater as trevas, e o libralismo a chave para nos libertar das correntes politicas, ideológicas e religiosas que impedem, com o seu fundamentalismo, o Homem de ser verdadeiramente livre e assim sendo feliz.
Afixado por: miguelav em fevereiro 21, 2007 03:20 PM

Concordo plenamente com o comentário anterior, ainda por cima o link mostra um rapaz em estado de boa aventurança, o que tira qualquer vontade de o criticar.Acrescentaria porém alguma coisita, acho que devia ser debatida a questão da libido mal parada, como fonte dos problemas de crescimento do mundo. Se poder faça uma reflexão acerca do assunto.
Afixado por: Maria João F. em fevereiro 21, 2007 03:49 PM

O que é que é o "libralismo"? É a corrente dos seguidores dos nativos do signo Balança? (Desculpa mas não resisti.)O marxismo é tão fundamentalista como o liberalismo (ambos nas suas versões mais extremas). Ambos acreditam nas potencialidades do Homem, desde que este se comporte sempre de acordo com o que dele esperam.
Afixado por: Filipe Moura em fevereiro 22, 2007 02:43 PM

Queria ver Johan Norberg trabalhando nos novos maravilhosos postos de trabalho da China. E vendo a vida melhorar nas favelas do Rio.Afixado por: Gabriel Baesso em maio 19, 2007 04:27 AM
http://observador.weblog.com.pt/arquivo/385182.html

Sem comentários:

Contribuidores